Pela primeira vez desde que a soja é cultivada na região, técnicos constataram a presença de uma nova praga que, caso não controlada de forma eficiente, pode reduzir em até 50% a produtividade do grão. É a lagarta da maçã, que costuma atacar áreas dedicadas ao algodão, e que chegou às lavouras do Paraná a partir de um ciclo migratório gradativo a partir do Mato Grosso do Sul.
O agrônomo da cooperativa Lar em Santa Helena, Ricardo José Heintze, informa que a lagarta foi encontrada em várias lavouras de municípios da região da Costa Oeste e que ainda não é possível quantificar as perdas que pode ter gerado. “Como ela é novidade, o reflexo será mínimo, no entanto a tendência é de que se espalhe nos próximos cultivos e poderá, caso o controle não seja eficiente, comprometer fatia significativa da rentabilidade do sojicultor”.
O custo mais significativo que os produtores tiveram foi com o uso de produtos mais potentes para em até cinco aplicações manter a praga sob controle. Um dos desafios é chegar até o baixeiro, segundo Ricardo, onde a lagarta se fixa para comer folhas, vagens e grãos. Além do produto certo, o agricultor precisa contar com orientação técnica adequada e empregar a tecnologia indicada para ter sucesso nas aplicações. Até o clima influencia no processo, de acordo com o agrônomo. O ideal para uma aplicação com bons resultados é que seja feita em dias de umidade relativamente alta e sem vento.
Prevenção
O caminho mais seguro para evitar prejuízos, já que a lagarta da maçã passa a ser mais um dos desafios permanentes dos sojicultores do Oeste, é a adoção do controle fisiológico preventivo. “Os lavradores, diante do risco que pragas e invasoras oferecem, entenderam que precisam investir antes de um ataque mais sério ocorrer”, conforme Ricardo. Apesar de não ser possível quantificar quanto de prejuízo um ataque descontrolado da lagarta da maçã pode representar na soja, dados do algodão no Mato Grosso do Sul indicam perdas superiores aos 50%.
Os inimigos mais sérios dos sojicultores do Oeste são ferrugem asiática, manchas foliares e doenças de solo, como a macrofomina. Mas um deles, pelo custo de controle, precisa de atenção ainda mais diferenciada, de acordo com Ricardo Heintze: o percevejo. O motivo é a rápida infestação, que exige contramedidas precisas de técnicos e lavradores. Pelo menos 30% da soja da safra de verão 2012/2013 já foi colhida na região de Santa Helena. Os trabalhos devem se estender por mais três semanas.
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