terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

'Bombeiro foi imprudente', diz genro de mulher atropelada por resgate


Vítima havia sofrido acidente em Franca, SP, e esperava socorro na rodovia.
Capitão dos Bombeiros diz que veículo pode ter tido falha mecânica.


A família da auxiliar de enfermagem de 49 anos morta nesta terça-feira (5), após ter sido atropelada pelo caminhão do Corpo de Bombeiros em Franca (SP), acredita que o militar que dirigia o veículo foi imprudente no atendimento à vítima. Segundo o genro dela, o pespontador Bruno Martinez, a falta de atenção do motorista causou a morte da sogra.

De acordo com a Polícia Militar, Helena Gomes da Silva se envolveu em um acidente com um caminhão e foi arremessada para fora do Fusca em que ela estava. Gravemente ferida, ela foi deixada na pista à espera do socorro, mas acabou sendo atropelada pela viatura dos bombeiros e morreu no local.
A corporação afirmou que vai instaurar um inquérito policial militar para apurar os motivos do atropelamento. A suspeita dos Bombeiros é que o caminhão tenha tido problemas mecânicos que dificultaram a frenagem.
Vítima iria socorrer neto
Martinez contou que a sogra morava em uma região de chácaras próxima ao lugar do acidente, e que ela estava acostumada a dirigir pela região. Nesta manhã, segundo ele, Helena havia saído de carro com o neto de 6 anos e que é filho de Martinez para levá-lo ao pronto-socorro. “Meu filho estava com febre e diarreia. A suspeita é que ele tinha uma virose e a minha sogra resolveu levá-lo à unidade onde ela trabalhava para ser atendido”, diz.
Segundo a PM, Helena não teria respeitado o sinal de pare na Rodovia Tancredo Neves e o carro em que ela estava acabou atingindo a traseira de um caminhão, que passou por cima do Fusca. O menino foi retirado sem ferimentos do carro pelo ajudante do caminhão, Peterson Meneghetti, e a mulher foi arremessada para fora com o impacto.
Meneghetti disse que Helena, gravemente ferida, respirava com dificuldade e que ficou no meio da estrada aguardando o socorro. “Eu tinha sinalizado a pista. O bombeiro se aproximou e vieram na ânsia de salvar vidas, mas não sei por qual motivo o caminhão acabou passando por cima da mulher, que foi arrastada por cerca de dez metros. O caminhão só parou um quilômetro depois do local em que ela estava”, afirma o ajudante.
Para o genro, o veículo de resgate deveria ter parado antes do Fusca da vítima. “O caminhão de bombeiros foi para ajudar e acabou atropelando a minha sogra. Alguma coisa muito errada aconteceu, eu tenho certeza disso. Eles tinham que ter freado antes”, disse.
De acordo com Martinez, a família está muito abalada com o caso. “Nós estávamos combinando de passar o Carnaval em Igarapava. A tristeza é muito grande, não sei nem o que dizer.”
Bombeiros
O capitão dos Bombeiros Marcelino Patrício dos Santos disse que um inquérito será aberto para verificar as condições do veículo. Segundo Santos, o bombeiro que dirigia o caminhão enxergou a mulher na pista, mas não conseguiu desviar a viatura por causa do peso. “Ela levava seis mil litros de água, o que equivalente a seis toneladas”, diz.
Santos afirmou ainda que a manutenção no caminhão é feita constantemente por um único setor que cuida exclusivamente da frota, mas não descarta que tenha havido problemas mecânicos. “Serão feitas perícias para averiguar a situação da viatura.”
O corpo da auxiliar de enfermagem será enterrado na manhã de quarta-feira (6) no Cemitério de Igarapava (SP).
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