sexta-feira, 15 de março de 2013

Requião lança ‘ofensiva’ por candidatura própria

Cada vez mais próximos de tucanos, peemedebistas do Estado recebem manifesto de senador sobre eleição de 2014





uritiba - O senador Roberto Requião (PMDB) quer disputar novamente o governo do Paraná em 2014. Ele decidiu que não vai esperar o ano que vem para defender essa vontade e, nessa semana, ''deflagrou uma ofensiva pela candidatura'', como dizem seus assessores mais próximos. Requião enviou uma ''carta'' aos peemedebistas que votarão na convenção partidária em 2014, antecipando a campanha dentro do PMDB. ''Se o PMDB não renunciou aos seus compromissos com a nossa gente, ofereço o meu nome para disputar o governo do Paraná'', escreveu o político. 

Para marcar posição, Requião faz várias críticas ao governador Beto Richa (PSDB) na correspondência. Diz que o tucano não se ocupa do Paraná, deixando a administração para o secretário de Estado do Planejamento, Cássio Taniguchi (DEM). Em tom crítico, Requião lembra ainda que Taniguchi participou do governo José Roberto Arruda (DEM), em Brasília, cujo mandato foi cassado pela Justiça Eleitoral. 

Requião aposta num cisão entre os peemedebistas com poder de voto na convenção, parte ligada à bancada estadual do PMDB (cuja tendência é uma coligação com o PSDB de Beto Richa tanto na majoritária quanto na proporcional), parte vinculada ao PT da ministra Gleisi Hoffmann, potencial candidata ao Palácio Iguaçu. Foi a união desses dois grupos que tirou de Requião o comando estadual do partido, em dezembro de 2012, quando a chapa do senador foi vencida por 289 a 220 votos. 

''A nossa decisão tem que ser tomada agora. Não pode esperar o ano que vem ou o fim do ano. A decisão tem que ser tomada agora porque temos muito o que fazer para por em movimento uma candidatura vitoriosa'', argumenta Requião. Os deputados estaduais não desconsideram a possibilidade de um candidato próprio, mas têm resistência ao nome do senador. Orlando Pessuti defende qualquer candidato do PMDB, desde que não seja Requião. A primeira consequência política do gesto do senador é abrir a ''temporada de caça'' aos convencionais do PMDB, importantes para a tática eleitoral dos tucanos e petistas.
José Lazaro Jr. 
Reportagem Local